"E em Ti confiarão aqueles que conhecem o Teu nome, porque Tu Senhor, nunca desamparaste os que te buscam..."

Animal não é brinquedo! Sente FOME, FRIO e MEDO!

terça-feira, 28 de junho de 2011

RAÇÃO


Este texto foi retirado do site Bicho Integral, e acho muito importante que todos os donos de pets saibam disso. Minha opção de alimentação da Jully é comida caseira, que faço especialmente pra ela, não é a mesma que comemos e o veterinário dela Dr. Marcos Fernandes que é maravilhoso, também me recomendou e apóia esta decisão.

Algumas Verdades Sobre Rações

Os principais livros sobre alimentação caseira de pets foram escritos em inglês. Essas obras mais importantes infelizmente permanecem inéditas no Brasil. Publicados por veterinários que nem sempre concordam entre si, mas que exibem currículos respeitáveis, esses livros dedicam capítulos às rações comerciais e às verdade sobre as rações secas, úmidas que constituem há algumas décadas a principal forma de alimentação de animais. E explicam, tim-tim por tim-tim, conceitos que a maioria dos veterinários e proprietários ignora.

Dentre eles:
  • Ingredientes das rações;
  • O processamento e a perda dos nutrientes;
  • Aditivos e seus efeitos deletérios;
  • A relação entre esse tipo de nutrição e certas doenças;
  • A contaminação das rações com micotoxinas.
As informações publicadas neste artigo foram levantadas por médicos-veterinários e pesquisadores. É um quadro bem distante da realidade pintada pelos anúncios publicitários e representantes da multibilionária indústria de rações. Estamos diante de dados que forçosamente nos farão repensar ou ao menos questionar a forma com que alimentamos nossos animais.

Desvendando o rótulo

Os textos a seguir são fragmentos traduzidos de livros de especialistas veterinários em nutrição animal. Os fabricantes, como vocês vão ler a seguir, fazem o inimaginável para que você acredite que as rações são balanceadas, completas e saudáveis.
Vale usar fotos de legumes selecionados, cortes frescos de carne, produtos nobres e exóticos. Vale empregar frases de efeito que apelam - ironicamente - ao "natural", à "natureza". Não existe nenhum tipo de restrição a essas formas de propaganda enganosa. Tanto que uma das principais estratégias empregadas por eles para ludibriar leigos e até veterinários é a descrição dos ingredientes das rações em termos propositadamente vagos.
A polpa de beterraba utilizada nas rações, por exemplo, é nada mais do que um resíduo da indústria de adoçantes, fonte de fibra, contendo alto teor de açúcar. Absorve muita água, contribuindo para diminuir o volume das fezes e deixá-las mais secas. Isso causa uma falsa impressão de alta digestibilidade - e pode predispôr o pet a diabetes, entre outras enfermidades.

Rótulos podem ser ludibriosos

Trecho do livro: Dr. Pitcairn's Complete Guide to Natural Health for Dogs & Cats
Autor: Richard Pitcairn, médico-veterinário PhD em Imunologia Edição: 2005
Inédito no Brasil.
O consumidor é freqüentemente orientado a ler o rótulo das embalagens de rações para identificar quais seriam os melhores alimentos. Parece bom. Infelizmente, a maneira como são criados os rótulos não ajuda muito a compreender a qualidade daquele alimento. Por exemplo, um dos principais nutrientes, que somos sempre orientados a verificar, é a proteína. Mas se olharmos somente a proteína total, conforme indicado no rótulo, não teremos considerado dois fatores importantes: o valor biológico e a digestibilidade. Vamos entender esses termos.
Proteína O valor biológico da proteína depende da composição única de aminoácidos de cada proteína. Esses aminoácidos são como os tijolos que o corpo utiliza para construir seus próprios tecidos. Ovos recebem um valor ideal de 100, o que significa que eles são a forma mais aproveitável de proteína que existe. Nessa escala relativa, a carne de peixe recebe nota 92; carne bovina e leite, 78; arroz, 75; grão de soja, 68; levedura, 63; e glúten de trigo, 40.
A digestibilidade de uma proteína (ou de qualquer alimento) é simplesmente o quanto o trato gastrintestinal (estômago e intestinos) consegue absorver desse nutriente. Por exemplo, uma fonte pode ter 70% de digestibilidade, enquanto outra tem 90%. Algumas proteínas, como as do cabelo e pêlos - são menos digestíveis por serem mais duras ou impossíveis de quebrar, mesmo sendo proteínas.
Vejam que interessante: as prolongadas altas temperaturas empregadas para esterilizar algumas rações podem destruir grande parte dessas proteínas de alto valor biológico. Isso ocorre porque com o calor as proteínas se combinam com certos açúcares que são adicionados à mistura, e formam compostos que não podem ser quebrados pelas enzimas digestivas do organismo. Afinal de contas, o sistema digestório dos animais desconhece esses nutrientes processados a altas temperaturas. Como poderia a evolução ter preparado os animais para aproveitar essas substâncias?
Já que os fabricantes são obrigados a listar o teor de proteína bruta em vez da quantidade de proteína presente que o animal realmente conseguiria digerir e aproveitar, eles podem e fazem a inclusão de fontes baratas que podem suprir o pet com proteínas muito menos utilizáveis do que você poderia imaginar. A maioria das pessoas não percebe que termos como "sub-produtos de carne" podem na verdade significar mistura de penas de galinha, tecido conjuntivo (cartilagem), mistura de couro (sim, couro, como aquele usado na fabricação de cintos ou sapatos), dejetos de aves e de outros animais, e pêlos de bovinos e de cavalos.
Robert Abady, fundador da Robert Abady Dog Food Company, descreve "farinha de carne e ossos" como "geralmente composto por osso moído, cartilagem, tendões, e é a forma mais barata e menos nutritiva de ofertar farinhas de sub-produtos". O mesmo acontece com as expressões "farinha de carne de cordeiro", "farinha de carne de frango" e "farinha de carne de peixe".
Todas essas formas são largamente utilizadas nas rações. Tais ingredientes certamente aumentam o teor de proteína bruta, mas oferecem poucos nutrientes. Por causa da adição de ingredientes duros e fibrosos, os cães geralmente conseguem aproveitar apenas cerca de 75% das proteínas que compõem as "farinhas de carne de ...." da ração. E as "farinhas de carne de ..." se tornam ainda menos digestíveis graças ao cozimento com altas temperaturas requerido para esterilizar a mistura. Farinha de sangue, outro ingrediente barato, contém ainda menos proteínas aproveitáveis.
Como acontece com as proteínas, outros ingredientes básicos podem variar largamente quanto à qualidade e à digestibilidade.
Carboidratos Carboidratos podem ser uma excelente fonte de nutrientes. Em muitos produtos, contudo, como acontece com as rações semi-úmidas, a fonte de carboidratos vem de alimentos como o açúcar - que contém calorias vazias-, propileno glicol, e xarope de milho. Também os donuts que sobram da indústria de fast-foods têm sido usados como fonte de carboidratos na ração, bem como grãos embolorados e rançosos impróprios para consumo humano.
Com exceção dos açúcares, é difícil verificar, por meio da leitura do rótulo, o que você está recebendo na ração. Outros exemplos de fontes de carboidratos incluem:
  • Farelo de arroz - finamente triturada, geralmente é o que sobra do processo de moagem. Contém valor nutricional muito baixo.
  • Polpa de beterraba - o resíduo desidratado do açúcar de beterraba.
  • Glúten de milho - o resíduo do milho desidratado depois que são removidos o amido, o gérmen e a fibra. Pouco nutritivo, se tanto.
  • Levedura de arroz - frações do arroz que foram descartadas do processo de fabricação da cerveja, contendo resíduos pulverizados, desidratados e desgastados. Pouco valor nutricional, se tanto.
  • Grãos rançosos ou embolorados - impróprios para consumo humano.
Gorduras e fibras Os lipídios (gorduras) geralmente derivam de gordura animal rejeitada para consumo humano. Tais gorduras podem estar rançosas, um estado que normalmente torna a gordura tóxica para o organismo. O ranço também rouba as vitaminas essenciais dos lipídios. As fibras podem vir simplesmente de vegetais ou de grãos integrais, ou pode significar adição de fibra derivada de fontes como cascas de amendoim, pêlos ou até folhas de jornal.
Termos genéricos Como você pode ver, as análises químicas contidas no rótulo não significam muita coisa. Para ilustrar esse conceito, um veterinário criou um produto contendo a mesma composição básica de proteínas, lipídios e carboidratos que uma marca comum de ração para cães, usando sapatos velhos de couro, óleo de graxa e lascas de madeira. Desta forma fica claro que os rótulos nem sempre nos informam o bastante. Desconfie principalmente de rações que listam seus ingredientes em termos genericamente categóricos, como esses:
  • Farinha de carne e de ossos
  • Sub-produtos de carne
  • Hidrolisado animal desidratado
  • Sub-produtos de frango
  • Farinha de sub-produtos de frango
  • Hidrolisado de sub-produtos de frango
  • Sub-produtos de galinha
  • Hidrolisado de fígado
  • Farinha de peixe
  • Sub-produtos de peixe
Nos Estados Unidos, a Pet Food Institute, que representa a indústria, pediu repetidas vezes permissão do Food and Drug Administration (FDA) para empregar mais expressões como essas, de ingredientes coletivos. Os membros da indústria argumentam que termos como esses permitem que eles escolham "itens de preço mais baixo" de cada uma das classes de ingredientes. Alguns dos termos mais cobiçados incluem "animais processados e produtos de proteína marinha", "produtos vegetais" e "produtos com fibras de plantas". Veja como um termo como "produtos vegetais" não nos informa na verdade nada sobre o que está na ração!
Afinal de contas, um produto vegetal pode significar qualquer parte de uma planta ou os resíduos dessa planta após o processamento. Eles querem que esses termos sejam aprovados justamente por serem tão vagos e mal definidos, isso lhes dá uma ampla latitude sobre os ingredientes que entram na ração sob o mesmo termo explicativo.

Leia o rótulo

Trecho do livro: Natural Health Bible for Dogs & Cats
Autor: Shawn Messonier, médico-veterinário Edição: 2001
Inédito no Brasil
Proprietários de animais de estimação enfrentam dificuldades de compreensão quando se deparam com termos como "galinha", "farinha de frango" e "farinha de sub-produtos de frango" nos rótulos das rações. Leia agora como a AAFCO (Association of American Feed Control Officials - o órgão responsável pelas rações nos EUA), define alguns desses termos.
  • Farinha de sub-produtos de animais: tecido animal reciclado sem adição de pêlos, cascos, chifres, couro, esterco e conteúdo estomacal, exceto em quantidades que as boas práticas de processamento não conseguiram evitar.
  • Farinha de glúten de milho: é o resíduo seco da proteína do milho, depois de retirados o amido e a gordura, e da separação da fibra por um processo empregado com moagem úmida para a fabricação de amido de milho e xarope de milho. Farinha de glúten de milho é um sub-produto com baixo teor de aminoácidos essenciais. Milho moído, que contém o grão inteiro do milho, é preferível.
  • Carne: carne limpa de animais abatidos restrita aos músculos esqueléticos ou da língua, diafragma, coração, ou esôfago, com ou sem gordura, tendões, pele, nervos e vasos sanguíneos. Pode ser de qualquer espécie como porcos, cabras, coelhos, e etc. Se o termo estiver acompanhado por uma espécie identificada (exemplo: peru), a carne precisa corresponder à essa espécie.
  • Farinha de carne e de ossos: tecido reciclado de mamíferos (sem gordura e água), incluindo ossos, sem pêlos, cascos, chifres, couro, esterco e conteúdo estomacal. Trata-se de um sub-produto com quantidades variáveis de carne e ossos (que difere dependendo do lote) e qualidade protéica variável. Assim como na "farinha de carne", pode conter carne oriunda de animais mortos antes do abate, animais que chegaram moribundos ao abatedouro, animais doentes ou defeituosos; ou seja, impróprios para consumo humano.
  • Farinha de sub-produtos: partes limpas não-recicladas (contêm gordura e água) que não incluem carne e que são pulmões, baço, rins, cérebro, fígado, sangue, ossos, estômago e intestinos sem conteúdo. Não pode incluir dentes, pêlos, chifres e cascos. Essa fonte de proteína pode ser mais saudável do que "farinha de carne" ou "farinha de carne e ossos" (já que vem de tecido não reciclado e de animais abatidos, em vez de vir de carcaças de animais que morreram antes do abate), mas não há maneira de saber apenas pela leitura do rótulo, quanto de cada sub-produto está incluído na ração.
  • Farinha de sub-produtos de frango: partes limpas moídas e recicladas de carcaças de aves abatidas, inclui: pescoço, pés, ovos mal desenvolvidos e intestinos. Não pode conter penas, exceto em quantidades que não podem ser evitadas com boas práticas de processamento. A qualidade entre os lotes é bastante inconstante.
Obs: Muitas das fontes de proteína animal de baixa qualidade (como a farinha de carne e ossos) mostram ampla variabilidade. Não existem padrões, por exemplo, para quanto de carne e quanto de ossos devem ser incluídos nessa farinha. Como resultado, é impossível saber o que entra nessa categoria e em outras fontes questionáveis de proteína.

Tudo começa com a alimentação

Trecho do livro: The Nature of Animal Healing
Autor: Martin Goldstein, médico-veterinário Edição: 1999
Inédito no Brasil
"Farinha de soja", nem é grão de soja de verdade. Depois que a maior parte do óleo - a porção mais benéfica para as pessoas, e também para os pets - é extraída do grão de soja, os resíduos que sobram são moídos como "farinha de grão de soja".
"Farelo de trigo", o terceiro ingrediente de muitas rações pode parecer menos desconcertante que a "farinha de soja". Infelizmente, a AAFCO permite que a farelo de trigo inclua "a cauda da moagem", uma expressão que significa qualquer resíduo varrido do chão das fábricas de moagem de trigo ao fim de uma semana.

 

Alimentos de origem animal

Trecho do livro: "Nutrição Animal I"
Autor: José Milton Andriguetto Edição: 2002
Publicado originalmente no Brasil.
Farinha de fígado: fundamentalmente a farinha de fígado é obtida pela dessecação e trituração de fígados provenientes de animais abatidos. Considerando, entretanto, que o fígado dos animais tem boa aceitação em termos de consumo humano e que além disso é um material muito procurado para a fabricação de extratos para uso medicamentoso, é muito difícil conseguir para uso animal uma farinha pura. O normal é que essas farinhas sejam obtidas de aparas de fígado ou de fígados condenados pela inspeção nos matadouros e ainda dos resíduos da indústria farmacêutica. Em virtude do pequeno volume, via de regra, os fígados são colocados junto com os resíduos que irão constituir as farinhas de carne. O mais comum até é que, a estas aparas e a estes resíduos, sejam juntadas outras vísceras, como rins ou pulmões, constituindo uma farinha mista.

Decifrando os ingredientes misteriosos

Livro: Food Pets Die For
Autora: Ann Martin, pesquisadora da indústria de rações há 18 anos Edição: 2008
Inédito no Brasil.
Farinha de pena hidrolisada: o AAFCO considera esse ingrediente como fonte de proteína - embora não seja uma proteína digestível.
Peixe: as partes utilizadas para as rações são cabeças de peixe, caudas, nadadeiras, ossos e vísceras. Se o rótulo informa "peixe", significa que as partes vêm diretamente das fábricas de processamento de peixes e não passam pelo processo de reciclagem. R.L.Wysong, médico-veterinário, afirma que porque o peixe inteiro não é utilizado pela maioria das indústrias de rações, não contêm a maior parte das vitaminas lipossolúveis, minerais, e ácidos graxos (ômega 3) necessários para a boa nutrição. Quando se usa nas rações o peixe inteiro normalmente é porque o peixe contém um nível alto de mercúrio ou outras toxinas, tornando-o impróprio para consumo humano.
Farinha de peixe: o resíduo da reciclagem nas fábricas de processamento de peixes compõe esse produto. Pode incluir cabeça, cauda, nadadeiras, vísceras e sangue.
Farinha de sangue: produzido com sangue fresco e limpo de animais, excluindo-se materiais externos como pêlos, conteúdo estomacal, e urina, exceto em quantidades não evitadas pelas boas práticas de processamento.
Polpa de beterraba: o resíduo seco do açúcar de beterraba é adicionado como fonte de fibra,mas é, primariamente, açúcar.
A enganosa prática do "splitting" nos rótulos.
Milho e trigo são, geralmente, os primeiros ingredientes listados nos rótulos das rações para cães e gatos. No entanto, algumas indústrias de rações listam os ingredientes dos produtos de maneira que o primeiro ingrediente que aparece seja uma fonte de proteína. Por exemplo, em um pacote de ração para gatos de marca conhecida, os ingredientes do rótulo são listados nessa ordem:
Farinha de sub-produtos de frango, milho moído, trigo, farinha de glúten de milho, farinha de soja, farelo de arroz, etc.
A maioria das pessoas ao lerem esse rótulo presumirão que "farinha de sub-produtos de frango" é o principal ingrediente, oferecendo uma fonte ampla de proteína. Errado. Na verdade, o milho é o primeiro ingrediente dessa ração para gatos. Para dar a impressão de que a fonte protéica é o principal ingrediente nessa ração, o fabricante dividiu o milho em duas categorias: milho moído e farinha de glúten de milho. Mas se você contar o total de todas as formas de milho utilizadas e contar o total de todas as fontes de proteína verá que o milho é muito mais abundante.
Na indústria de rações para pets, essa prática de rotulação se chama "splitting" ("repartição", ou "dividindo", em inglês). Os fabricantes querem que você pense que o principal ingrediente é alguma carne, e por isso dividem os produtos de milho em várias categorias.

Cães e Gatos como Fonte de Proteína?

A mais perturbadora revelação acerca da indústria de rações : para quem sempre se perguntou para onde vão os milhares de toneladas de cães e gatos mortos por eutanásia ou por doenças, a pesquisadora canadense Ann Martin oferece uma resposta.
Há cerca de vinte anos, Ann Martin quase perdeu seus cães, um Terranova e um São Bernardo, por uma severa intoxicação por zinco. Foi quando descobriu, levando amostras das rações dos cães a um laboratório independente, que os níveis de zinco ultrapassavam 20 vezes o teor diário máximo tolerado pelo organismo de um cão.
Nas próprias palavras de Ann Martin, "logo, aprendi que se tratava de uma indústria bilionária que em muitos aspectos regulamenta a si mesma".
Esse achado motivou a autora a iniciar uma pesquisa profunda sobre a indústria de alimentos supostamente "completos e balanceados". Fruto desses estudos, o livro "Food Pets Die For" (algo como "Comidas pelas quais os cães morrem", em inglês, inédito no Brasil), foi publicado em 1997.
A terceira edição,foi publicada em 2008. Nela, Ann Martin atualiza os fatos escandalosos envolvendo essa indústria e traz explicações detalhadas sobre o que realmente esteve por trás de recalls de rações como o de 2007, responsável pela morte de milhares de animais de estimação.
Mas o mais chocante de todos os fatos - mais do que a pobreza nutricional dos ingredientes, mais até do que o perigo dos aditivos e contaminantes - é a informação que vocês lerão a seguir. Segundo a autora, países como os Estados Unidos e o Canadá fazem amplo uso de carne de cães e gatos eutanasiados ou mortos por doenças, nas rações. Sim, aparentemente, cães e gatos de lá estão comendo... outros cães e gatos.
É possível, entretanto, que tal informação não se aplique ao Brasil - assim como parece não se aplicar a países da Europa, cujas leis proíbem essa prática. Se nesses países acontece isso, o que impediria de acontecer também por aqui?
Trecho do livro: Food Pets Die For Autora: Ann Martin Edição: 2008

Carcaças de animais como fonte de proteína

Gatos e cães oriundos de abrigos e de clínicas veterinárias de todas as partes dos Estados Unidos e do Canadá continuam sendo reciclados para compor uma fonte de proteína chamada "farinha de carne". Empresas de beneficiamento de sub-produtos de origem animal vendem, então, essa farinha de carne para fabricantes de rações para pets. Ainda é permitido reciclar carcaças de cães e gatos, juntamente com uma variedade de outros resíduos animais listados abaixo, para compor uma fonte protéica para as rações dos pets.
Fabricantes de rações para cães e gatos negam veementemente o uso de "farinhas de carne" que incluem carcaças de cães e gatos. Se tais afirmações dos fabricantes e recicladores são verdadeiras, então preciso perguntar: onde estão indo parar os milhões de carcaças de cães e gatos eutanasiados?
De fato, resíduos de cães e gatos continuam sendo empregados para fazer "farinha de carne" para rações de pets e possivelmente para alimentação de camarões, enguias e uma variedade de peixes que são então comprados e comidos por humanos. Tecnicamente, o que inocenta muitos fabricantes de rações para pets é que eles não sabem diretamente se carcaças de pets são parte do produto que eles compram dessas fábricas de reciclagem/processamento.
Fabricantes de rações também afirmam pedir aos seus fornecedores que não incluam carne de cães e gatos; entretanto, estou para encontrar uma empresa de reciclagem que separe carcaças de cães e gatos de outros sub-produtos animais a serem reciclados. Também ainda não encontrei uma empresa de rações para cães e gatos que, de fato, teste o material cru recebido das fábricas de reciclagem para determinar as fontes de proteína.
É praticamente impossível detectar o DNA de qualquer espécie depois que a carne foi cozida no processo de reciclagem, ou após ter sido transformada em ração pronta para cães e gatos.

O processo de reciclagem

As empresas de reciclagem são o último estágio dos resíduos da sociedade. Na verdade, essas fábricas promovem um serviço necessário, ainda que desagradável. Essas fábricas recebem sub-produtos animais sem utilidade de uma variedade de fontes: indústrias de processamento, supermercados, açougues, restaurantes, e de qualquer outra fonte que necessite se livrar de seus produtos de origem animal.
Os recicladores recolhem animais que morreram no campo, chegaram mortos ou moribundos ao abate, ou que foram descartados por outros motivos. Também recolhem material condenado e acometido por doenças; animais mortos por atropelamento, animais de zoológico, e cães e gatos eutanasiados por clínicas veterinárias e abrigos de animais. Acrescente a essa mistura sórdida milhares de quilos de carne pretendida para consumo humano que sofreram recall (reconvocação), mas que foram rejeitadas por causa de contaminação.
Na fábrica de reciclagem de resíduos animais, todas essas carcaças, sub-produtos animais e resíduos são cortados em pedaços antes de serem jogados dentro de grandes tanques para moagem e cozimento. Isso resulta na separação da gordura daquilo que será considerado "farinha de carne". A gordura sobe até o topo e é extraída para ser usada como a camada de cima das rações de lata para cães e gatos. Essa gordura também pode ser usada em produtos para uso em humanos, como cosméticos.
O material mais pesado afunda para a parte de baixo, onde é seco para remoção de mais gorduras. E então tudo é moído. Essa é a "farinha de carne" que você encontra em muitas rações para pets.

O produto "farinha de carne"

A reciclagem é um meio barato e viável de descartar animais de estimação eutanasiados. Se um cão ou gato não é cremado ou levado para casa para ser enterrado, então a carcaça muito provavelmente vai parar no tanque de reciclagem. Empresas de recolhimento de animais mortos retiram carcaças de cães e gatos e os levam para as fábricas recicladoras. Os corpos, muitas vezes portando as coleiras, placas de identificação, e coleiras anti-pulgas, são atirados em tanques gigantescos junto com outros sub-produtos animais.
Só em Los Angeles, mais de 200 toneladas de cães e gatos são recicladas anualmente. Estatísticas sobre o descarte de animais de companhia eutanasiados em abrigos em 2002, conforme levantado pelo National Animal Control Association (NACA), dos Estados Unidos, mostram que anualmente 13 milhões de cães e gatos são eutanasiados. Destes, 30% são enterrados, 30% são cremados, e o restante - cerca de 5,2 milhões de carcaças de pets - são levados para estabelecimentos de reciclagem.
Inúmeras vezes questionei o Pet Food Institute (PFI), organização não-governamental que é porta-voz dos principais fabricantes de rações para pets. O PFI afirma regular a indústria de rações para pets nos Estados Unidos. Perguntei ao PFI se os fabricantes de rações testam o material cru vindo das empresas de reciclagem. Na primavera de 2004, o PFI informou que os fabricantes não testam o material cru para saber que fontes animais foram recicladas. Antes da publicação dessa edição, perguntei novamente ao PFI se alguma das indústrias de ração para pets que essa organização representa mudou seu posicionamento e se agora estavam testando o material cru. O PFI preferiu não responder.
Os abrigos californianos com os quais me correspondi tinham uma perspectiva um pouco diferente. A maioria dos funcionários dos abrigos estava ciente de que a empresa que eles contrataram levava animais a fábricas de reciclagem. Eles estavam cientes de que poucas clínicas veterinárias e abrigos tinham seus próprios estabelecimentos de cremação. Quando pedi a algumas clínicas e abrigos se poderiam me disponibilizar os nomes das companhias de descarte que recolhiam esses animais, todos me informaram as mesmas duas empresas: D&D Disposal, Inc,. de propriedade da recicladora West Coast Rendering; e Koefran, Inc., de propriedade da recicladora Reno Rendering.
De acordo com uma planilha publicada pela National Renderers Association (Associação Nacional dos Recicladores), de 2004, animais eutanasiados em abrigos "são recolhidos pela empresa D&D Disposal" também conhecida como West Coast Rendering, localizada em Vernon, na Califórnia. D&D processa centenas de toneladas de carcaças de animais, tecidos e sub-produtos que estariam destinados, do contrário, a aterros.
Essa mesma planilha informou que a maioria dos resíduos animais reciclados vinham de porcos, gado, frangos e ovelhas. "Outros resíduos animais incluem restos de açougue, gordura de restaurantes, peixes, animais do zoológico, animais marinhos e também animais oriundos de abrigos."

Reciclagem de pets no Canadá

O processamento de cães e gatos para utilização em produtos para pets também é permitido no Canadá. No entanto, empresas de reciclagem de animais de companhia no Canadá existem em escala muito menor do que nos Estados Unidos. O Ministério canadense mantém registros dos animais mortos destinados ao sistema de processamento, mas nenhum registro é mantido sobre o número de animais de companhia, animais mortos por atropelamento ou animais de zoológicos processados. Isso também se aplica aos Estados Unidos, cujo Departamento da Agricultura não exige que sejam criados registros para a reciclagem de pets.
Contatei o Ministério da Agricultura de Quebec onde havia um número de fábricas de processamento. Pedi que fosse confirmada a verdade por trás dessa prática. O ministro de Quebec escreveu, "Animais mortos são cozidos junto com vísceras, ossos e gorduras a 115 graus Celsius por vinte minutos." E também "os pêlos dos cães e dos gatos não são removidos."
Nove anos depois que descobri que os animais eutanasiados de Ontário estavam sendo enviados para a fábrica de reciclagem Sanimal em Quebec, um repórter do Toronto's Globe and Mail confirmou essa prática em um artigo de junho de 2001. Colin Freeze reportou que "A gigante recicladora Sanimal, Inc. recentemente informou a seus fornecedores, incluindo abrigos de toda a província, que animais sacrificados, obedecendo à sensibilidade do consumidor, não serão mais aceitos".
Ao longo dos anos percebi que quando uma dessas operações de processamento fechava as portas, outra surgia para continuar com a prática. Alguém precisa reciclar esses milhares de carcaças de cães e gatos uma vez que é ilegal atirá-los em aterros, em grande parte por causa das drogas usadas para promover a morte (eutanasiantes), como Sódio Pentobarbital, que causaria danos ambientais.
Depois que descobri que a Sanimal Inc. não estava mais aceitando animais de companhia para reciclagem, escrevi para o Ministério da Agricultura de Quebec e perguntei, "vocês sabem de alguma empresa de reciclagem de resíduos animais em Quebec que esteja aceitando cães e gatos para processamento?" A resposta que recebi estava em francês, o idioma oficial da Província de Quebec. A tradução dizia o seguinte, "Eis o estabelecimento que agora recebe cães e gatos, Maple Leaf, Inc." Tentei contatar a empresa Maple Leaf no mínimo cinco vezes e, até outono de 2007, não obtive nenhuma resposta.

Aditivos

Nas duas últimas décadas temos observado uma epidemia de doenças crônicas nos cães e gatos - obesidade, diabetes, alergias, gastroenterites, câncer, hipo e hipertireoidismo, etc. Doenças raramente observadas nos animais de estimação dos nossos avós, alimentados com comida caseira. Quando questionei um professor sobre isso, ele me respondeu: "não tem nada a ver com a alimentação. Estão aparecendo mais doenças porque, graças aos avanços da medicina, hoje podemos diagnosticar mais e melhor."
Discordo completamente. Por que será que de uma hora para a outra surgiram expressões como cão ou gato "atópico", "alergia a picada de pulgas", e etc? Pelo que estudei, e pelo que pessoalmente acredito, o buraco é mais embaixo. A maioria dos veterinários atribui essa hipersensibilidade a fatores não palpáveis como genética, azar e estresse; ou ainda, a elementos meramente desencadeadores, como pulgas e ácaros. Com essa ótica minimalista, perdemos convenientemente de vista questões maiores como a alimentação.
Será que a ração oferecida todos os dias desde o desmame do cão ou gato não poderia ser um fator de contribuição para essa hipersensibilidade? Alguns veterinários se dão conta disso, mas caem na besteira de trocar a ração do animal por outra na tentativa de solucionar uma alergia, por exemplo. Não é culpa deles, na verdade. Na faculdade somos ensinados a confiar incondicionalmente nas rações comerciais. Deixamos a nutrição animal nas mãos de especialistas da indústria, enquanto engolimos sem questionar, que as rações são a melhor e a única forma de alimentar nossos pets e os pets dos clientes.
Na primeira parte dessa série, acima, vimos o que podem ser os ingredientes das rações - até daquelas caríssimas, consideradas Super Premium. Se subprodutos impróprios para consumo humano serão moídos, processados repetidamente a altas temperaturas, submetidos à pressão e a processos químicos, como então podemos acreditar que um cão apresenta coceira porque a ração que ele come é à base de frango ou de boi?
O frango ou carne de boi, aliás, qualquer fonte protéica, foi praticamente destruído na fabricação da ração. Segure um pellet de ração em sua mão. Você acha, realmente, que nesse pedacinho duro, seco e poroso, que cheira a químicos, sobrou algum traço de carne fresca? Algo da carne que pudesse provocar coceiras em seu animal? Obviamente, a solução para a alergia alimentar do seu cão não é oferecer uma dieta cozida baseada em carnes caras e pouco acessíveis, como cordeiro, avestruz e coelho, como orientam alguns veterinários.
O animal pode ter alergia a "n" elementos obrigatórios das rações, como os aditivos. Mas uma vez trocada a ração por uma alimentação caseira natural, livre de aditivos, o animal pode minimizar ou mesmo se curar do quadro alérgico - mesmo comendo uma carne que o veterinário julgou alergênica para ele, como a carne bovina. Infelizmente, os veterinários confiam demais na indústria e negligenciam o estudo da alimentação. Não fosse esse o caso, leriam o quão deletérios podem ser os efeitos dos conservantes, amplamente associados a alergias de pele.
No curso de nutrição da faculdade, aprendi, em primeira mão, coisas que deixam qualquer um com senso crítico de cabelos em pé. Um exemplo é o da reciclagem de rações. Apesar de conterem conservantes e antioxidantes para garantir um prazo de validade cada vez maior, as rações invariavelmente ultrapassam esse prazo. O que acontece, então, com aqueles sacos vencidos? São gentilmente recolhidos por funcionários daquela marca de ração e reaproveitados. Entram em outros lotes, onde sofrerão um processamento idêntico ao anterior e logo estão de volta nas prateleiras, sob outro prazo de validade.
Nessa reciclagem, uma nova bateria de aditivos é acrescentada, somando-se aos aditivos contidos na ração originalmente - e isso sem contar os aditivos existentes nos itens comprados pela fábrica para compor a ração. Cientes da opinião negativa do público em relação a esses sintéticos, muitos rótulos se valem de termos vagos como "antioxidante" - sem revelar qual - para descrever os preservantes utilizados.

Vamos entender quem são, afinal, os aditivos, e porque eles podem fazer mal aos pets.

Aditivos acrescentados às rações processadas dos cães e gatos

Agentes anti-congelamento, lubrificantes, agentes antimicrobianos, antioxidantes, adoçantes não nutritivos, adoçantes nutritivos, agentes corantes, agentes redutores de oxidação, agentes curadores, agentes controladores de pH, agentes secantes, co-processadores, emulsificadores, seqüestrantes, agentes firmadores, veículos solventes, flavorizantes, estabilizadores, espessantes, intensificadores de flavorizantes, agentes superficiais ativos, agentes para farináceos, co-formuladores, sinergistas, humectantes, texturizantes, agentes niveladores. (Tom Lonsdale, médico-veterinário)
Adoçantes
Derivado químico do amido de milho, o xarope de milho produz a mesma curva energética que o açúcar refinado e provoca o mesmo desgaste no pâncreas e glândulas adrenais, condição que pode levar à diabetes. Não apenas dilui outros nutrientes na ração por proporcionar "calorias vazias", destituídas de vitaminas, minerais, proteínas ou gorduras, mas também pode superestimular a produção de insulina e de sucos digestivos ácidos.
Os adoçantes interferem com a habilidade do organismo de absorver as proteínas, cálcio e outros minerais existentes na ração. Além disso, podem inibir o crescimento de bactérias intestinais úteis. (Richard Pitcairn, médico-veterinário).
Outros adoçantes incluem açúcar, sorbitol, etileno glicol e propileno glicol. (Shawn Messonier, médico-veterinário)
Conservantes:
Conservantes sintéticos aprovados para uso em rações comerciais para pets incluem hidroxianisol butilado (BHA) e hidroxitolueno butilado (BHT), propil galato, propileno glicol e etoxiquina. Há pouca informação disponível sobre a toxicidade, as interações, ou efeitos que esses aditivos podem ter nos pets que os ingerem diariamente. (Ann Martin, autoridade internacional sobre rações para pets)
Propileno glicol
Esse composto, notório causador de enfermidades em cães, é utilizado para manter a textura e umidade ideais e para agrupar o conteúdo hídrico, inibindo assim o crescimento bacteriano. É considerado o conservante que mais causa problemas de saúde em cães - pele ressecada e com coceira, queda de pêlos, desidratação, sede excessiva e problemas periodontais (nas gengivas e dentes). (Richard Pitcairn, médico-veterinário).
Pode causar anemia em gatos e pode levar cães e gatos a diabetes. (Shawn Messonier, médico-veterinário)
Etileno glicol
Também chamado de anti-congelamento, pode ser fatal para os pets em altas dosagens. (Shawn Messonier, médico-veterinário)
BHA
O hidroxianisol butilado (BHA) é um antioxidante e conservante químico empregado em muitos alimentos. Pode causar reações alérgicas e afeta as funções renais e hepáticas. (Shawn Messonier, médico-veterinário).
Evita que o conteúdo gorduroso das rações para pets se torne rançoso. Com esse conservante, a ração tem vida eterna nas prateleiras. Há muito se suspeita que o BHA possa ser carcinogênico. (Ann Martin).
BHT
Curiosamente, foi demonstrado que hidroxitolueno butilado (BHT) inibe alguns tipos de câncer, enquanto simultaneamente, promove outros. Apesar de suas propriedades carcinogênicas serem conhecidas, esses produtos continuam a ser empregados nos alimentos dos humanos e dos pets. (Tom Lonsdale, médico-veterinário)
Suspeito de ser carcinogênico. Pode desencadear defeitos congênitos e danos aos rins e ao fígado. Embora o BHT e o BHA sejam também empregados em alimentos de consumo humano, como chicletes, cereais e manteiga, não ingerimos esses conservantes a cada refeição, ao contrário dos animais de companhia. (Ann Martin)
Conservante pouco testado, é associado por alguns cientistas ao estresse metabólico, anormalidades fetais e aumento no colesterol. (Richard Pitcairn, médico-veterinário).
Seu uso alimentício foi banido no Japão (em 1958), Romênia, Suécia e Austrália. Nos Estados Unidos, é proibido seu uso em comidas infantis. O Mc Donald's deixou de utilizar esse conservante em 1986. (Wikipédia sob o termo de pesquisa "BHT")
Etoxiquina
Desenvolvida em 1950 pela corporação de tecnologia agropecuária Monsanto, a etoxiquina era originalmente um estabilizador de borracha. É, na verdade, o mais utilizado conservante de pneus, evitando que a borracha neles se oxide. É empregado na maioria das rações de animais de produção, especialmente para os frangos, o que significa que os humanos, não apenas os pets, a absorvem. Mas só é utilizada diretamente nas rações para pets.
Está associada a um sem número de complicações médicas, incluindo infertilidade, enfermidades e mortes neonatais, problemas de pele e de pelagem, desordens imunológicas, disfunção na tireóide, pâncreas e fígado; e problemas comportamentais. Acadêmicos da Austrália, Noruega e do México encontraram fortes vínculos entre a etoxiquina e diversos efeitos maléficos em ratos e galinhas, incluindo degradação hepática e renal significativa.
Outra coisa: a Animal Protection Institute of America (APIA) observa que o fabricante só é orientado a listar a etoxiquina no rótulo da ração se foi ele quem incluiu esse conservante na fórmula. Quando ela entra na ração oriunda das fábricas de reciclagem de resíduos animais ou do frigorífico, não é necessário informar isso no rótulo. E nos últimos anos, o uso dessa substância aumentou. (Martin Goldstein, médico-veterinário).
As concentrações de etoxiquina nos alimentos processados para humanos são baixas - o US Food and Drug Administration (FDA) limita a etoxiquina a cinco partes por milhão na comida humana - e de qualquer modo, nós não comemos tudo o que precisamos de um pacote de ração diariamente. Já as rações para pets podem conter etoxiquina a 150 partes por milhão.
Só de entrar em contato com rações para animais de produção que continham etoxiquina, pessoas desenvolveram severas dermatites. Algumas pessoas acreditam que essa gama de problemas de pele e de fertilidade são diretamente atribuíveis à etoxiquina.(Tom Lonsdale, médico-veterinário)
Originalmente desenvolvida como estabilizante de borracha e herbicida, a etoxiquina segundo relatórios enviados ao FDA pode causar reações alérgicas, problemas de pele, falência de órgãos e câncer. Um teste de alimentação encomendado pela Monsanto, fabricante da etoxiquina, mostrou mudança na cor do fígado e enzimas hepáticas reduzidas em cães alimentados com rações contendo esse químico, mas essas alterações não foram consideradas significativas porque os cães não estavam clinicamente doentes. (Richard Pitcairn, médico-veterinário).
Cloreto de Sódio
Mais conhecido como "sal comum", esse é um mineral adicionado em geral de forma abusiva nas rações para pets. A carne de animais herbívoros apresenta por volta de 0,4% de sal, que seria o nível diário ideal para carnívoros como os cães e gatos. Mas a ração seca comumente apresenta níveis muito elevados, podendo atingir de 1 a 3.5% de sal! O sal nas rações incorre em proporções até 8.5 vezes maiores do que as necessidades naturais por motivos benéficos aos pets ou seria por outras razões?
De acordo com a fabricante Hill's (Science Diet): "alguns fabricantes usam cloreto de sódio e outros sais inorgânicos para aumentar a palatabilidade dos alimentos." Outra razão é que o sal é um conservante efetivo e barato. Os fabricantes parecem estar cientes dos riscos de toxicidade por sal. Por esse motivo, as embalagens das rações para animais de estimação orientam enfaticamente a deixar água fresca constantemente disponível para o pet. (Tom Lonsdale, médico-veterinário)
Nitrito de sódio
Esse composto é largamente utilizado tanto como conservante quanto como corante vermelho. Pode produzir potentes substâncias carcinogênicas conhecidas como nitrosaminas. (Richard Pitcairn, médico-veterinário).
Acidificantes
Até mesmo as rações secas, com pequeno risco de contaminação bacteriana, podem conter acidificantes. Conseqüências adversas potenciais de alimentos acidificados incluem abrasão aos dentes e efeitos irritantes aos intestinos. As enzimas presentes no intestino delgado necessitam de um meio alcalino para trabalhar. Por serem alimentos acidificados, eles precisam ser excretados pelos rins, favorecendo assim perda de importantes minerais. (Tom Lonsdale, médico-veterinário)
Corantes
Outra classe comum de aditivos geralmente listados apenas como corantes artificiais não requer rotulação específica. Nos alimentos para pets, essa classe inclui os seguintes corantes derivados de piche, todos permitidos sem os devidos estudos alimentares e acrescidos à ração para torná-la aceitável aos olhos humanos:
Vermelho número 3 Vermelho número 40 (um provável carcinogênico) Amarelo número 5 (não totalmente testado) Amarelo número 6 Azul número 1 Azul número 2 (estudos demonstraram que esse corante aumenta a sensibilidade dos cães a vírus fatais)
Corantes similares que foram banidos dos alimentos para pessoas e para pets na década de 70 incluíam o Vermelho número 2 (que parecia aumentar morte e defeitos nos fetos), e Violeta número 1 (suspeito de ser um carcinogênico capaz de provocar lesões na pele).
Em um mercado competitivo onde todos os grandes fabricantes empregam esses corantes para tornar a ração mais parecida com carne vermelha fresca, uma empresa que tentasse comercializar seu produto nas suas cores verdadeiras - vários tons nada atraentes de cinza - colocaria a si mesma em séria desvantagem. (Richard Pitcairn, médico-veterinário)
Corante caramelo: agente corante marrom usado para intensificar e escurecer a cor da ração.
Nitrito de sódio: usado como agente antimicrobiano, faz com que o alimento enlatado mantenha uma cor rosada após o processamento.
Dióxido titânio: um talco branco usado para clarear a cor da ração. (Shawn Messonier, médico-veterinário).
O corante Vermelho número 3, ou eritrosina, provocou câncer na tireóide de ratos em laboratório alimentados com uma alta dosagem desse químico. Quando pesquisadores brasileiros testaram os efeitos de onze corantes comuns de alimentos, a eritrosina foi observada como o corante com efeito mais potente sobre as delicadas enzimas celulares. A eritrosina é rica em iodo. No entanto, esse iodo é biologicamente inacessível para o animal.
Essas combinações de cores podem parecer atraentes aos nossos olhos, mas os efeitos para os animais são negativos ou inexistentes. (Tom Lonsdale, médico-veterinário)
Humectantes
Humectantes químicos absorvem umidade e desidratam bactérias e fungos que estragam os alimentos. Eles também estão por trás do aspecto semi-úmido de algumas rações para cães e gatos. A severidade dos efeitos deletérios causados por eles dependem de fatores tais como a concentração de químicos e a freqüência da ingestão.
Em 1996, o British Small Animal Veterinary Association emitiu uma advertência: rações semi-úmidas preservadas com propileno glicol - que também atua como humectante - não são recomendadas para filhotes de gato, pois podem afetar as células vermelhas do sangue. No mesmo ano, o US Food and Drug Administration (FDA) removeu o propileno glicol da categoria GRAS - Generally Recognised As Safe (Em Geral Considerado Seguro). (Tom Lonsdale)
Flavorizantes
Mais elásticos ainda são os meios que controlam a maior classe de aditivos utilizados nos Estados Unidos - os flavorizantes artificiais. Principalmente graças a um lobby poderoso, os fabricantes desses sabores podem sintetizar novos flavorizantes, considerá-los seguros com poucos ou nenhum teste, e depois empregá-los sem necessidade de autorização do FDA sob o genérico termo "flavorizantes artificiais".
Já que não temos meio algum de confiar ou verificar a segurança do flavorizante utilizado, qualquer proprietário seriamente preocupado com a saúde do pet deveria evitar completamente o uso de produtos - para si mesmo ou para o pet - que contenham esse misterioso grupo de ingredientes. (Richard Pitcairn)
Ácido fosfórico
Faz cócegas na língua dos animais, atuando como promotor artificial do apetite, principalmente em gatos. (Martin Goldstein, médico-veterinário)
Fontes: *Natural Health Bible for Dogs and Cats: DVM Shawn Messonnier - 2001, ed. Three Rivers Press *Dr. Pitcairn's Complete Guide to Natural Health for Dogs and Cats - 3rd Edition: DVM PhD Richard Pitcairn - 2005, ed. Rodale *Food Pets Die For: Ann N. Martin - 2008, ed NewSage Press *Raw Meaty Bones Promote Health: DMV Tom Lonsdale - 2001, ed. Rivetco *The Nature of Animal Healing: DMV Martin Goldstein - 1999, ed Ballantine Book

Doenças

O quarto e penúltimo capítulo da série "rações" traz reflexões de veterinários e pesquisadores que apóiam a alimentação natural sobre doenças comumente associadas às dietas "completas e balanceadas". Atualmente, ouvimos falar com freqüência de problemas como a torção gástrica, pancreatite, alergias cutâneas, tumores, afecções do trato urinário em felinos e "tártaro" dentário. O que poucos sabem é que todas essas doenças estão relacionadas ao consumo de rações comerciais.
Até trinta anos atrás, quando as rações ensaiavam sua penetração no mercado brasileiro, essas eram ocorrências pouco freqüentes. Em populações de cães selvagens, então, afecções como a temível torção gástrica nunca foram documentadas. Hoje em dia, no afã de diagnosticar e tratar, a maioria dos veterinários acaba, sem querer, sentenciando os animais de estimação a uma vida de supressão de sinais clínicos e manutenção de uma dieta artificial sem entender que atitudes como estas só contribuem com o agravamento dos quadros.
Muitos, ao se depararem com a alternativa natural de alimentação, acusam as dietas cruas de exporem excessivamente os pets a microorganismos patológicos, ignorando, muitas vezes, o fato de que carnívoros como cães e gatos evoluíram para digerir e aproveitar alimentos crus. Antes um nível tolerável de bactérias - coisa facilmente debelada por animais imunologicamente competentes - do que a contínua ingestão de um modelo de dieta que parece atender muito melhor os interesses da indústria do que dos animais.
Leia abaixo a opinião de médicos-veterinários e pesquisadores e veja mais uma vez porque, pelo menos para mim, alimentar pets com ração não é mais uma opção viável.

Torção gástrica

A Síndrome Dilatação e Torção Gástrica, mais conhecida como torção gástrica, é um distúrbio que pode ter conseqüências fatais para os cães. Raças de cães grandes e gigantes são especialmente acometidas. Raças especialmente predispostas incluem o Basset Hound, o Dogue Alemão, o Pastor Alemão, o Boxer, o Borzói, o São Bernardo, o Terra Nova e outros grandões. Trata-se de um problema com duas fases. O estômago se enche de gases e, inchado, rotaciona sobre o próprio eixo. Isso comprime importantes vasos sanguíneos e órgãos e leva à morte se o animal não receber atenção veterinária imediatamente. Mais de 60 mil cães sofrem de torção gástrica todos os anos, só nos Estados Unidos.
Muitas teorias têm tentado explicar a prevalência da Síndrome Dilatação e Torção Gástrica pelo consumo das rações comerciais para pets e práticas de criação. Isso se deve largamente ao fato de a torção gástrica ser desconhecida em populações de canídeos selvagens. Pode ser que o alimento comercial seco, baseado em cereais e altamente fermentável torne os cães mais propensos à torção. (Lowell Ackermann, médico-veterinário)
Nos últimos anos o número de casos de torção gástrica aumentou dramaticamente, e estudos apontam para a ração seca como um dos culpados. Jerold Bell, médico-veterinário, da Tufts University, descobriu que houve um aumento de 1.500% na incidência de torção gástrica nos últimos 30 anos. Cães alimentados com rações comerciais que contêm gordura entre os quatro principais ingredientes apresentaram um risco 170% maior de desenvolver a torção gástrica.
Um estudo sobre a torção gástrica conduzido por M. Raghaven, médico-veterinário da Purdue University, mostrou que "a inclusão de restos de comidas nas dietas de cães grandes e gigantes foi associada a uma diminuição de 59% do risco de torção gástrica, enquanto que a inclusão de rações úmidas foi associada a apenas 28% de diminuição do risco." (Ann Martin, pesquisadora e autoridade internacional sobre pet food.)
Oferecer uma dieta natural, preparada em casa parece ser a melhor maneira de evitar esse problema. Sirva de duas a três pequenas refeições diariamente ao invés de apenas uma. Evite especialmente oferecer ração seca ou alimentos concentrados que absorvem água depois de ingeridos. O cão comerá além de suas capacidades e quando o alimento se misturar à água, o estômago sofrerá distensão graças ao grande volume estomacal. Isso impede que o estômago se esvazie naturalmente e também aumenta as chances de o estômago se torcer. (Richard Pitcairn, médico-veterinário)

Hipertireoidismo

Pesquisas realizadas na University of Georgia's College of Veterinary Medicine sugerem que várias outras substâncias na alimentação comercial do gato chamadas de goitrogênicos podem contribuir para o hipertireoidismo. Identificar e eliminar esses goitrogênicos pode ajudar a produzir um declínio na atual epidemia de hipertireoidismo. (Martin Goldstein, médico-veterinário)

Comportamento

Problemas de treinamento são mais comuns em cães alimentados com rações secas. O problema tem a ver com conteúdo de pouca umidade da ração seca, mas mais provavelmente o problema está relacionado com os conservantes. Apenas recentemente foram direcionados estudos para essa área. (Richard Pitcairn)
Em Londres, nos anos 70, me lembro de uma epidemia de "gatos malucos". As criaturas dementes grunhiam e sibilavam e corriam para lá e para cá ensandecidas, como que perseguidas por demônios. Quando descobriram que não eram assombrações mas o ácido benzóico utilizado como conservante das rações o vilão por trás do problema, esse comportamento desapareceu rapidamente. Em 1983, o Professor David Kronfeld especulou que comportamentos peculiares nos animais de estimação podem ser atribuídos aos altos teores de milho nos alimentos processados.
Em 1986 o comportamentalista animal Roger Mugford discursou sobre a agressividade em Golden Retrievers em um simpósio da Waltham (fabricante da Pedigree, entre outras rações). Alguns dos cães, apesar de pertencerem a uma raça notória por sua docilidade, haviam inflingido sérios ferimentos a seus donos. Quando Mugford mudou a dieta dos cães para uma alimentação caseira ele observou melhorias dramáticas no comportamento. (Tom Lonsdale)

Hormônios

Tendo trabalhado com medicina veterinária de rebanhos de produção há bastante tempo sei que uma porcentagem significativa dos animais enviados para o abate, e que são considerados impróprios para consumo humano, foram antes extensivamente tratados com fármacos. Uma vez que o tratamento tenha falhado, estes animais são processados em busca de qualquer valor monetário que possam gerar como alimento - até como ração. Os cães e gatos reciclados de hospitais veterinários ou abrigos podem conter altos níveis de antibióticos e várias outras drogas, ou talvez a própria solução utilizada para realizar a eutanásia. A maioria desses fármacos acaba aparecendo na comida.
A partir de sua experiência como veterinário e inspetor federal de carnes, P.F. McGargle, DVM, concluiu que alimentar animais com restos dos abatedouros aumenta as chances de desenvolvimento de câncer e de outras doenças degenerativas. Tais restos podem incluir carne embolorada, rançosa, estragada, além de tecidos repletos de câncer. Podem também conter hormônios em doses tão altas quanto aquelas empregadas para produzir tumores em animais de laboratório. O Dr. McGargle atribuiu esses teores elevados a duas causas: hormônios sintéticos rotineiramente oferecidos a animais de produção para estimular o rápido crescimento, e à farinha de carne, freqüentemente produzida com resíduos glandulares e tecidos fetais de vacas prenhes. Ambos são naturalmente abundantes em hormônios.
Quando esse material é processado, mesmo em altas temperaturas, os hormônios permanecem ativos. Irônico, não? Que as altas temperaturas destruam os nutrientes, mas preservem as drogas prejudiciais? Altos níveis de hormônios têm efeitos mais severos nos gatos, que são extremamente sensíveis a estas substâncias, mesmo quando estas estão em concentrações bastante baixas. Segundo Debrah Lynn Dadd, advogada e especialista em direitos do consumidor, "Todos os anos cerca de 116.000 mamíferos e aproximadamente 15 milhões de aves são condenados antes do abate. Depois do abate, outros 325.000 carcaças são descartadas e mais de 5.5 milhões de partes principais são rejeitadas por estarem acometidas por doenças. É chocante, mas 140.000 toneladas de frango são condenadas anualmente, geralmente por conterem tumores. Os animais acometidos que não podem ser vendidos para consumo humano são processados e viram...ração de animais."

Fonte: não pode se identificar pois vem sendo perseguida pela indústria de alimentos processados para animais.

 


Faz-se importante salientar que não serão feitas consultas via Internet devido a  necessidade de um conhecimento da individualidade de cada paciente , de exames clínicos, laboratoriais  e  complementares para determinarem-se as estratégias de tratamento para cada indivíduo e quais as terapêuticas que melhor se adaptam a cada caso em especial, afinal de contas tratamos DOENTES e não DOENÇAS.
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quinta-feira, 16 de junho de 2011

Tenho envelhecido...

Parece que tenho envelhecido.
Na mente, só na mente,porque o espírito está jovem.
Pensa muitas coisas, sonha tantas outras.
Ah, claro e no corpo também.
Já me sinto mais cansada, não posso passar uma noite sem dormir sem sentir as conseqüências como antes!
Também sinto os abalos emocionais com mais força.
Não passo mais por cima das coisas, e das pessoas como já passei um dia.
Não olho mais a vida do alto de uma sabedoria inabalável que tinha aos 16 anos.
Mas a vida sim.
Ela passa por cima de mim,
Ela me mostra que sim, ela manda, ela controla.
E eu administro, porque ela é meu chefe.
Ela tem me mostrado as coisas realmente importantes
E eu tenho me mostrado, às vezes, impotente.
Isso tem me feito aprender, aceitar, mudar valores e posições!
Não acho que isso seja ruim, me sinto bem sendo mais flexível, mais amena.
Acho que é a idade...
O tempo vem chegando e trazendo outras coisas com ele...
Sonhos, objetivos, caminhos, prioridades e cansaços diferentes.
Parece uma tomada de consciência, que nos faz entender melhor não apenas nosso mundo, mas os mundos dos outros também.


quinta-feira, 9 de junho de 2011

Com açucar e com afeto!





A vida é como um limão bonitinho, redondinho, com casquinha brilhante por fora...
Mas quando voce abre é azedo e se você não colocar água e açúcar, não dá pra chupar!

A cruz e a espada!

Existe um tempo de descoberta da vida, das pessoas, do amor, da alegria.
Existe um tempo da experimentação, do paladar mesmo aquele tempo que provamos tudo, o perigo, o limite, os sabores, as violências, as sensações.
Neste tempo somos crentes, pensamos que tudo que vemos e ouvimos são verdades!
É um tempo de ingenuidade, imaturidade emocional, onde na maioria das situações não conseguimos perceber a real intenção do que nos dizem e o pior somos sinceros nas reações! Neste tempo agimos como se todas as pessoas assim como nós dissessem realmente o que estão pensando.
Mais tarde começamos a enxergar o mundo com um pouco mais de “maldade”, e percebemos quase sempre, algum tipo de manipulação de idéias, de palavras que geralmente fazem algum sentido para um objetivo que não é dito. E o que é pior fingimos não perceber isto. Rimos amarelo, pensamos conosco algum adjetivo para nosso interlocutor e passa...passa?
Agimos de acordo com o polimento social, onde certas verdades são proibidas de serem ditas e muitas verdades não são toleradas ou você se torna uma pessoa mal vsita e principalmente excluída. Sentimos mais fortemente no trabalho, mas também o fazemos em família, com amigos enfim no nosso meio social.
Volto a perguntar, estas “coisinhas” realmente passam? Será que este tipo de comportamento que absorvemos da sociedade como correto não faz mal algum ao nosso dia-a-dia e à moral? Tenho a sensação de que os valores estão invertidos, porque, geralmente quando somos coagidos por uma atitude de determinada pessoa e não reagimos obedecendo estas regras sociais, este sentimento não se dissipa dentro de nós, aí desencadeiam-se várias atitudes como comentar com outras pessoas o assuntos, falar mal de quem fez tal coisa,  e isto sim é mal visto pelas pessoas.
Sendo assim penso que os valores estão invertidos...Por quê não podemos questionar e divergir ? Qual o problema de dizer as pessoas o que realmente pensamos, mesmo que aquilo venha a desagrada-la? Não é melhor do que fazer comentários em baixo tom? Ou ficar tecendo dentro de si diálogos e xingamentos que nunca serão ditos cara-a-cara?
Sei não gente mas as coisas estão complicadas, principalmente na questão que envolve trabalho e subordinados, temos que ouvir e fingir que não estamos ouvindo ironias, maledicências, hipocrisia para mantermos uma “boa” relação no trabalho, ou para não nos prejudicarmos profissionalmente. Isto é uma boa relação ou uma relação boa para quem está no poder? Sem ser questionado fica mais fácil dominar.
É impressão minha ou isto é um tipo de ditadura? E também assédio moral?
Deixo aberta, esta discussão e este debate.
Não para causar nenhum tipo de polemica, e sim reflexão, para sabermos porque nos submetemos a situações que não fazem por nós nada além de nos ferir psicologicamente, e deixar aquela pessoa autentica, forte, dinâmica e criativa que fomos outrora num espectro aleijado, e manipulado como uma massa de modelar para nos adequarmos a um padrão fabricado que sustenta este sistema.

E durante toda esta reflexão me lembrei muito da musica entre a cruz e espada que de certa forma tem tudo a ver: A cruz e a espada.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Antipatia

Daí que estava vindo trabalhar e já no ponto de ônibus percebi, que tinha me esquecido da marmita...Putz! Já tinha me conformado em almoçar miojo, eis que o pagamento caiu...Então já que precisava ir ao shopping trocar umas peças de roupa, decidi almoçar por lá.
Acho que nunca tinha ido almoçar lá sozinha, fiquei lá olhando pra toda aquela praça de alimentação e me peguei tentando entender como a gente pode antipatizar com uma pessoa pelo modo como ela está conversando com outra, simples assim!
Tinha uma garota na minha frente, toda cocotinha, daquele tipo bem resolvida, moderninha, bonitinha, inteligentinha...Tudo inha que irrita sabe?!
E fiquei olhando pra ela durante seu monologo, sim, porque a outra só ouvia!
E ela me irritou gente! Agora como é que pode? Você nem conhece a pessoa, já julga e já sai assim não gostando...Só Freud explica!

Interior e Exterior

Tive pensando como a gente se reflete...
Se eu to bagunçada, minha mesa fica bagunçada, minha casa desorganizada, minha memória esquece as coisas e eu olho pra tudo e não tenho vontade fazer nada, e se fizer é por pura obrigação. Aquilo tudo o desorganizado não me incomoda quando olho, porque, meu interior também está desorganizado.
E quando meu estado de espírito é outro tudo fica diferente, quando minha vida está relax nem agüento ouvir as pessoas reclamando da vida, porque, meu interior ta em paz, ta tocando música aqui dentro. É sintonia não pega!
Tudo isso acho muito interessante, mas acho mais interessante ainda à dificuldade de mudar este estado. Por que é mais fácil sair do bom estado e passar para um ruim, do que o inverso?
Por que o sentimento ruim, o cansaço, stress, angustia é tão mais difícil de sair da gente?